quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dica De Filme - Plata Quemada

Título original:Plata Quemada

Gênero:Drama

Duração:02 hs 05 min

Ano de lançamento:2000


O filme se baseia no romance de mesmo nome com que Ricardo Piglia ganhou o Premio Planeta, em 97. Piglia partiu de um fato real: um assalto frustrado ocorrido na Argentina, na década de 60. Outros fatos além desses, como o romance entre os assaltantes, são ficção - da melhor qualidade.


Plata Quemada é o quarto filme de Marcelo Piñeyro, depois de Tango Feroz, de 93, Caballos Salvajes, de 95, e Cenizas Del Paraíso, de 97, todos sucessos de bilheteria na Argentina. Marcelo já havia lido o romance de Piglia, mas numa primeira leitura, superficial, tinha visto o livro apenas como mais um policial, entre tantos. Foi na releitura que o diretor teve a atenção despertada para a riqueza dos personagens. A partir daí, quis fazer um filme que fosse menos ação, e mais relacionamentos.


Nene (Leonardo Sbaraglia) e Angel (o espanhol Eduardo Noriega) formam o casal que está no centro da história. Enquanto o livro apenas revela seu romance na página 73, desde a primeira cena do filme, em uma casa de massagens, já surge uma sugestão de sexo oral. Sabemos do que se trata: o amor entre dois homens, sem estereótipos. Ao fazer o roteiro, em parceria com Marcelo Figueras, o diretor optou por seguir, entre as tramas paralelas do romance, a história dos dois amantes como fio condutor.


Os melhores momentos desta co-produção entre Argentina, Uruguai, França e Espanha se passam nos interiores. É nos intervalos de espera, quando eles fogem da polícia, que vai aumentando o cansaço mental e físico dos protagonistas. Enclausurados, Nene e Angel desfilam seu amor aos olhos dos outros personagens, Cuervo (Pablo Echarini) e Giselle (Leticia Brédice), uma prostituta que acaba entrando na trama para formar um triângulo.


Plata Quemada não segue a linha da maioria dos filmes que tratam da questão da homossexualidade, aprisionando-a em esteriótipos. "Não encaro lata Quemada como um filme sobre a questão homossexual", diz Piñeyro, "É um filme sobre dois amantes homossexuais, como poderia ter sido um filme sobre um dois amantes heterossexuais. E, nesse caso, não estaríamos falando da 'questão heterossexual'. O modelo de relação destes personagens não tem nada a ver com o modelo burguês, hetero ou homossexual. É um amor maldito, antiburguês", afirma. Existe, sim, por consequência de ser um amor entre dois homens, um olhar distinto sobre o corpo masculino.


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